sexta-feira, 16 de abril de 2010

Ornatos de Arthemesia Cap.I

Silvam, pequenos e vastos ondulantes rebordos de fluorescência acendem-se na baía fértil.Passo a Passo, a luz incidia sobre as pedras da calçada que giravam inusitadamente em torno de eixos imaginários, latentes durante o Inverno, vivos durante a Primavera.Olhei-os subtilmente, a constância da sua calma prevalecia durante graves fôlegos rústicos de apelo ao luar, pesou-me a espera, virei o olhar.Relanceei dois pardais cinza nos frondosos plátanos, acima de quatro equinócios enclausurados no crepúsculo, cantarolavam melodias incertas com fulgor.O bico reluzia infortúnios e místicas sinceridades, ambos comunicavam com ternura.Pude vê-los como grandes amigos, parcialmente unidos por viagens longínquas em torno de vales e oceanos vorazes de ilusão sincera, a manhã reflectia o azul bruto faiscante no seu leito, no mar.
Instantaneamente desapareceram, prestei atenção aos galhos vazios próximos das abóbadas flutuantes, isto porque a sombra, a penumbra, conferia-lhe plácidas aspirações a movimento, sóbrios e rústicos no temor de mais uma alvorada.Senti-lhes falta.
A avenida permanecia coberta de plátanos sombrios e colossais, cedros, pinhais e murmúrios nocturnos, sim, era pois, uma noite incandescente que banhava os céus cobertos por negros mantos tumultuosos no esplendor de cristais assimétricos, ínfimos e cujo brilho me aquecia o rosto gélido.

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